13 de janeiro de 2013
Caríssima,
Já há muito que não te escrevo. Lamento-o profundamente, bem
sei que esperas as minhas palavras com impaciência e carinho e a mim, faz-me
bem escrever-te também. O problema tem sido o vazio, a nuvem cinzenta que
insiste em pairar sobre a minha cabeça e que se adensa e se afeiçoa a mim cada
vez mais.
Quando me deito na cama, não consigo adormecer e o meu pobre
corpo fica para ali, estendido, confuso, sem saber a que estímulo reagir.
Enquanto isso, a minha cabeça viaja entre o passado e o futuro, locais nada aprazíveis,
e deixa-se enredar por uma lógica frágil e circular, que de manhã acorda
desgastada.
Começo o dia já cansada e não tarda muito a exaustão
apodera-se de mim, o que torna o meu desempenho sofrível mesmo nas tarefas mais
simples. Acabo por isso por deixar tudo para amanhã, mesmo a vontade de viver.
Penso que a culpa será da rotina, esta forma de vida que me
foi imposta ou escolhida por mim sem eu o querer ou sem ter noção da sua eleição.
É tudo tão custoso que acabei quase por abandonar as minhas rotinas prediletas,
as que me dão alento à alma.
Dito isto, sinto o tédio chamar por mim e vou parar de
escrever. Despeço-me de ti com a esperança de ter mais sucesso na minha próxima
carta.
Espero que te encontres bem e que me escrevas uma linha na
volta desta carta, caso se tenha dado o feliz acaso de não te ter aborrecido de
morte com as minhas lamúrias.
Eternamente tua,
C.
5 Comments:
o post é uma quebra na rotina ;)
mais uma rotina partida :) BJ
o "partido das rotinas", tenta o futuro na politica ;)))))
eh eh, partido das rotinas é um bom titulo! Boa Mónica!
Beijos
;)
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