Friday, November 24, 2006

A solidão consome os meus dias de falsa labuta e aparência de que algo me alimenta. Sinto a ansiedade crescer, aquela mesma ansiedade que julguei jamais me voltar a assombrar. Desejo novamente os comprimidos que me davam a confiança de que tudo ia correr bem, que me seguravam o ânimo e me saciavam o medo de voltar a cair naquele estado de espírito em que a vida parece um túnel que não termina. Tento lidar com as coisas e esqueço-me de dar mimo ao meu corpo e à minha alma. Tento acordar mas o corpo pede-me mais três horas de cama, enquanto a minha cabeça faz por não ouvir o telemóvel que toca com alguém que quer algo de mim e que eu não sei como dar. O dinheiro, a falta dele, a minha incompetência. Evito queixar-me, sou demasiado repetitiva porque a tentativa é infrutífera. Afasto toda a gente, se eu pudesse também mudava de cidade e deixava a minha pequena desgraça para trás. Não consigo ser feliz, porra. Não consigo olhar para a árvore que em frente ao meu escritório vai perdendo as folhas. A estranha relação que tenho com a minha família faz com que me sinta uma apátrida. A ausência de quem amo faz com que o amor pareça imaterial. Passa o tempo, passam os dias, não me entendo com as partes do meu corpo que não estão como me lembro delas. Faço mal a mim própria com intervalos regulares de tempo. A minha cabeça não desliga, não me consigo alhear. Porra.

4 Comments:

Blogger Varanda said...

Cree en ti misma, continua trabajando duro y sigue adelante.

4:59 PM  
Blogger sobre-nada said...

Por vezes é dificil andar na estrada sozinha. Mas sempre andei, vou continuar porque sou assim. Vou dar a volta por cima, espero.
:(

5:12 PM  
Blogger _lara_ said...

encontrei o teu blog...decidi cumentar....e n sei se conheces esta musica..mas quando lio teu post lembrei.m dela..e dos toranja e xama.se fome!...

Sempre os mesmos gestos
Sempre o mesmo olhar
Sempre os mesmos passos
Sempre o mesmo não estar
Sempre o mesmoestado
Sempre o mesmo perder
Sempre o mesmo lado
Sempre o mesmo dizer
Sempre estar em grande
Sempre o mundo a topar
Sempre os mesmos corpos a rastejar
Sempre a mesma estrada
Sempre o mesmo nada
Sempre os mesmos ratos
Sempre camaleões
Sempre o mesmo fumo
Sempre as ocasiões
Sempre o mesmo é
encontrar,pensar, deixar para trás
Talvez amanha,pense outra vez
Sempre a mesma noite
Sempre o mesmo estar-bem
Sempre o mesmo engate
Sempre o mesmo nínguem
Sempre a mesma falta de cor e humor
Para parar e gritar:Tenho fome demais
Quero fome demais
Sempre as mesmas vozes
Sempre as mesmas canções
Sempre o mesmo filme
Sempre as mesmas razões
Sempre as mesmas armas
Sempre o mesmo esquivar
Sempre o mesmo jogar
Sempre nunca lutar
Sempre as mesmas flores
Sempre o mesmo jardim
Sempre as mesmas roupas a cheirar a
jasmim
Sempre a mesma calma
Sempre o mesmo "Hoje não"
Sempre falta de luz
E os pés no chão
Sempre o mesmo tecto
Sempre o mesmo medo
Sempre o mesmo não-ser
Sempre o mesmo parecer
Só cheiro o mundo
a andar para trás
E sempre a mesma gente a ficar para
trás
Aparecem, Acontecem, Esquecem que no fundo
Nínguem sabe o que faz
Tenho fome demais
Quero fome demais
Sempre a mesma vida
Encalhada nesse
sempre Fome demais !


dps passa plo meu e cumenta.kiss

8:47 PM  
Anonymous Anonymous said...

bela descrição de estado de espirito... o conteudo n é belo, mas é a forma de escrita.

8:35 PM  

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