Homenagem à Dona Patrícia
Perdida na avenida, com um mapa em cada canto por onde passava, estava a Dona Patrícia. Não via nada bem com os olhos semi-cerrados, mas preferia não os abrir, dizia que o dia desfocado tinha muito mais mistério. Foi andando pela rua anónima com caras que nunca tinha visto antes até chegar a uma rotunda, indecisa, passou o dia às voltas. Ao anoitecer desistiu e auto-declarou-se monumento. Passou o resto da sua vida no centro da rotunda de olhos arregalados.
Diz-se que finalmente encontrou a luz, diz-se que aprendeu a amar, diz-se que nem mesmo a caca de pombos a incomoda, diz-se que ela disse que é feliz.
Diz-se que finalmente encontrou a luz, diz-se que aprendeu a amar, diz-se que nem mesmo a caca de pombos a incomoda, diz-se que ela disse que é feliz.
2 Comments:
Rica vida...As coisas que lhe são concedidas observar! invejo-a, tanto como ao Fernando Pessoa da Brasileira (sempr rodeado de mulheres lindas!)
beijo
Eu tb tenho ali um gajo na rotunda... vejo-o sempre mas não lhe falo, no entanto ajudou-me muito a ficar que sou.
Agradeço-lhe só...
:)
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