Do absoluto, fujo. O absoluto é demasiado total para uma pessoa demasiado particular. Do particular, nunca vi nada que me apetecesse reter. É muito fechado para as visões alargadas que gostaria de ter. O intermédio é sensabor, falta-lhe intensidade, alma e tremor. A vida, essa, é um mistério colorido. A vida é o que está entre as decisões. Porque decidir é tentar controlar o idiota. E tudo são idiotices. Por isso, o idiota vai para o manicómio. O idiota ou finge que está de bem com as decisões que toma ou vai para a casa que diz: casa de malucos. Eu gosto de malucos, mas não gosto que me chamem maluca. Quer dizer, gosto. Quase sempre. Menos quando me chamam maluca no mau sentido. Aí fico a pensar se sou maluca ou não e isso pode ser uma fonte de stress emocional para mim e eu não gosto de stress emocional, até poque dizem que pode fazer mal à saúde e eu gosto muito da minha saúde e gosto pouco da falta de saúde, porque isso implica idas aos médicos e não tenho paciência para ir ao médico, porque demora muito tempo a marcar e depois mandam-nos ir lá de manhã, a uma hora pornográfica tipo 8hoo da manhã e depois eu falto e a doença acaba por se curar sozinha. Mas mesmo assim tenho medo de um dia ter uma doença que não se passa só na minha cabeça e ter mesmo uma daquelas a sério que nos fazem sentir: mas que raio este corpo não é meu, é de uma pessoa doente, e depois chegar à conclusaõ que estou doente e que a pessoa doente sou eu. Acho mesmo que o melhor é pedir umas folhas em branco à empregada do café e fazer uns desenhos com os meus lápis de côr.
1 Comments:
Bom tê-la de volta...
as folhas brancas e os lápis coloridos... salvam nossos corpos imprecisos!
"Navegar é preciso, viver não é preciso..."
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