Monday, May 01, 2006

Erva daninha

Uma lágrima demasiado sincera rasgou a superfície do meu rosto (a água salgada estraga a pele e por isso tenho que evitar furiosamente estas descargas).
F. não percebe que a desilusão é consequência de expectativas altas semeadas ao acaso no meu jardim.
Muitas vezes, a meio da noite, deparo-me com o crescimento delas. São como ervas daninhas, mesmo no solo mais infértil teimam em não me deixar em paz. Fazem um ruído estranho quando começam a furar em movimentos ascendentes e obrigam-me a levantar e a ir buscar a tesoura. Mas quando corto uma, duas rebentam atrás de mim e assim sucessivamente. Por isso, acordo exausta e sem energia para as regar ou para empreender uma nova aniquilação.
Destarte, a acumulação de noites mal dormidas e um desespero impotente levam-me às lágrimas (a água salgada estraga a pele e por isso tenho que evitar furiosamente estas descargas).

2 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Today i´ll wash this man from my hair!

7:11 PM  
Anonymous Anonymous said...

Idolatrmos o simulacro:o palácio do impostor, as pérolas da cortesã, o automovel do aventureiro, a verborreia do sacana...

10:32 PM  

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