"O nosso querido Mário. Não estou convencida de que no final da sua vida ele gostasse muito de ti. Durante a agonia perguntou por ti. Isto é certo, foste bem informada. Mas devo dizer-te que, ao perguntar por ti, te confundiu com uma batata cozida. Já vês, os homens são assim, é assim que recordam as velhas amantes, as canastronas que os acossaram noutra época, é assim que as recordam quando estão às portas da morte, quer dizer, na hora da verdade. Porque não sei se sabes que a morte é a vedade do amor, do mesmo modo que o amor é a verdade da morte."
Do conto "Uma invenção muito prática" do livro "Suicídios exemplares" de Vila- Matas
Do conto "Uma invenção muito prática" do livro "Suicídios exemplares" de Vila- Matas
5 Comments:
Talvez seja da droga...
Que mauzão varanda! ;)
Uma batata:)
...Tenho esse livro de contos, aliás é o único do Villa-Matas que tenho.
bj
Olá!
Bom trabalho. Parabéns.
Bom fim-de-semana
huuummm...
tou ka impressão que esse "trocadilho" aí: morte/verdade/amor-amor/verdade/morte, é do camarada Bataille. não?
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