Wednesday, January 31, 2007

"O nosso querido Mário. Não estou convencida de que no final da sua vida ele gostasse muito de ti. Durante a agonia perguntou por ti. Isto é certo, foste bem informada. Mas devo dizer-te que, ao perguntar por ti, te confundiu com uma batata cozida. Já vês, os homens são assim, é assim que recordam as velhas amantes, as canastronas que os acossaram noutra época, é assim que as recordam quando estão às portas da morte, quer dizer, na hora da verdade. Porque não sei se sabes que a morte é a vedade do amor, do mesmo modo que o amor é a verdade da morte."

Do conto "Uma invenção muito prática" do livro "Suicídios exemplares" de Vila- Matas

5 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Talvez seja da droga...

4:13 PM  
Blogger sobre-nada said...

Que mauzão varanda! ;)

5:21 PM  
Anonymous Anonymous said...

Uma batata:)

...Tenho esse livro de contos, aliás é o único do Villa-Matas que tenho.

bj

8:41 PM  
Anonymous Anonymous said...

Olá!
Bom trabalho. Parabéns.
Bom fim-de-semana

12:04 PM  
Anonymous Anonymous said...

huuummm...
tou ka impressão que esse "trocadilho" aí: morte/verdade/amor-amor/verdade/morte, é do camarada Bataille. não?

10:26 PM  

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