Surro
Hoje acordei irada com o passar das horas. O sono não tinha ainda partido e já o dia caminhava furiosamente em direcção à noite, sem me pedir licença. Murmurei à pessoa que encontrei na minha cama que já eram horas. Atirei-me para a banheira vazia e desejei continuar lá para sempre. A água não levou a preguiça pelo ralo e continuou presa a mim como surro. Tenho que ir para a rua enfrentar as caras de papel mas está a chover. Toda a gente sabe que é muito mais difícil ter uma expressão adequada nestas condições. Não sei qual hei-de levar, as únicas máscaras impermeáveis que tenho são a da "Lolita experiente" e a da "Executiva com uma pitada de inocência", estou deveras indecisa. Não me atrevo a perguntar-lhe a opinião. F. fica sempre constrangido quando tem que tomar decisões.
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