Sunday, June 24, 2007

Ai, o amor!

Não que ande especialmente romântica, nem no sentido literal nem no literário ou artístico. Mas vou contar umas histórias semi-reais, semi-inventadas, que me fazem crer que o amor existe, para alguns.

Frederico nasceu numa família completamente disfuncional, pai bêbado que abandona um adolescente, uma quase adolescente e um menino. Muitas vezes sem luz, sem água, sem um escudo, a família e o nosso Frederico lá foram sobrevivendo.

O nosso protagonista é um doce, sempre o foi e ponho as minhas mãos no fogo, pela possibilidade de algum dia o deixar de ser. Era um dos meus melhores amigos e para ser meu amigo, principalmente na adolescência é do catano. Mas era sempre o mais bem disposto e os longos cabelos se escondiam alguma coisa era o sorriso. A irmã preguiçoooosa por natureza e fértil, tem um puto aos quinze, mas continua igual a ela mesma (expressão retirada do Big Brother). A mãe tentava fugir à desgraça fazendo coisas que a divertiam, quem a pode censurar.

Revi esse meu amigo na sexta-feira, apanhou-me ensonada e demorei uns bons minutos a perceber quem ele era, o meu amigo. Fui ter com ele e com o sorriso dele e pimba, diz-me: vou casar!- entrei em estado de pânico porque pensei que era com a tresloucada que lhe infernizava a vida de formas indizíveis e das quais não vou contar porque senão tinha que por uma bolinha no canto do poste. Mas não, é uma menina-menina-mulher de uma aldeia qualquer que deu o primeiro chocho com a minha idade enquanto eu já percorri algumas letras do alfabeto.

De brilho nos olhos, falou-me dos seus planos, e do ui ui tão caro que é casar, que eu não vou ser convidada, porque se ela vê uma gaja jeitosa (Eu!) do lado dos convidados dele lhe salta em cima e fica sem tampa.

Falou-me da sua amada, do amor que sentia e eu fiquei com a lagrimita no canto do olho, depois falou-me da obsessão dela, da obsessão dela, da obsessão dela, e eu entrei em modo carago. Eu também sou ciumenta e deves em quando nem me reconheço, mas PORRA. Eu fugia a sete pés e se caísse usava as mãos e arrastava-me de rabo para chegar ao México e passar a chamar-me Puanita Piriquita.

Mas aqueles olhos felizes, nunca tiveram tanta luz, ele ama-a mesmo e ela ama-o.

4 Comments:

Anonymous Anonymous said...

:)
Assim sim, é bonito.

10:21 AM  
Blogger Mónica said...

se eles são felizes e convictos é o que importa

2:31 PM  
Blogger Felipe Valério said...

Felizmente, links bem representados me mandaram pra cá. Entre sites diversos que alternam confissões, desmembramentos gramaticais e critatividade impulsiva, sorrio esta nova parada. Adorei a escrita mais moderna, com respingos da contemporaneidade digital e sem os cacoetes cotidianos. Voltarei para ler outros!

5:42 PM  
Blogger Abssinto said...

Escreveste com toda a graça. Gosto muito de ler contos que é o género literário que mais consumo. Agora os teus. Bem;)

bj

6:16 PM  

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