Friday, August 17, 2007

Sou terrível a dar títulos

Devia haver sítios de abraços gratuitos, era uma boa maneira de baixar as taxas de suicídio e de tristeza. Hoje ia lá, claro que posso ir a uma discoteca sobrelotada por volta das quatro da manhã e ter um gajo já bebido a qualquer saltar-me à espinha. Mas não, hoje só queria um abraço, alguém que ficasse comigo uns minutos, a abraçar-me (desde que não cheirasse mal). Estou num dia complicado, é sexta-feira à noite e o meu telefone não tocou. Vivi tanto tempo para o trabalho e para o amor que me separei de toda a gente. Ainda bem que (o telefone tocou e já tenho emprego e um muito fixe, ieééé) já falta pouco para voltar ao activo, vou poder voltar a obcecar-me.
Ainda bem que não desisti do blog, neste momento estou-me a sentir tão estupidamente sozinha que se não fosse o sobre-o-nada, não sei como me aguentaria.
Como já não tenho objectores de consciência relativamente ao blog, hoje vou ser mesmo pessoal. Estive a ver a minha lista telefónica, o substituto da agenda preta dos solteiros e apercebi-me que ou ligo ao homem que me trata do pladur nas obras, aos electricistas, fornecedores ou cliente ou… a minha lista telefónica é uma pobreza. Obviamente que ajudou terem-me roubado o telemóvel há dois anos, mas obriga-me a aceitar que ultimamente não tenho feito muito mais do que desesperar com a minha empresa, com dinheiro, com o que vou comer e nos tempos em que estava com o meu namorado tentava disfarçar que não estava a pensar nisso. E é isso. Sou uma pessoa triste acompanhada de cigarros, livros e vinho tinto.
Hoje precisava de um abraço. Liguei a duas amigas do tempo da faculdade, estavam as duas em casa com o namorado e com pouca vontade de sair, não insisti, não faz o meu género. Gostava de celebrar o meu novo emprego, o F. ligou-me, disse aos meus pais, às minhas amigas espalhadas pelo país, mas ninguém pode estar aqui. É bem feita Maria, é o que digo a mim própria.
Este ano foi terrível, foi definitivamente o pior ano da minha vida, por todas as razões e por todos os motivos que fazem parte das vidas. Ainda não terminou, não sei se hei-de chamar má sorte, más decisões, má conjuntura, má qualquer coisa. Obviamente, se eu fosse outra pessoa teria reagido de outra maneira, mas a verdade é que não sou, eu sou eu e pronto. Posso tentar fingir, finjo muitas vezes, mas sinceramente e dado o último ano, apetecia-me que se desse um apagão e acordar só na altura da bonança.
Tomei decisões muito difíceis, tinham que ser tomadas, mas que custaram. Agora não sei, está tudo aberto e sei que estamos sempre a tempo de fazer tudo, mas vivo sempre tudo com uma intensidade particular e apesar de ter 26 anos por vezes sinto que tenho no mínimo o dobro. Fiz muita coisa mal que comprometeu seriamente o meu futuro hipotético. Só para sobreviver preciso de uma máquina de dinheiro e eu não sei…
Sofri vários golpes no dito cujo coração, que tentei emendar com pensos rápidos, mas que cederam, claro está, sou uma miúda tradicional, quase, pois… os meus amigos tiveram problemas, a minha família teve problemas, eu tenho problemas… Posso comparar com os terramotos e …. Mas sabemos, o nosso é sempre nosso.
Já agora, um recado para a Mo: não lavei os lençóis, é para criar anti-corpos!!! NBS, salada não é comida de homem, se pedisses tomates de porco eu ainda os ia buscar!

E pronto, desabafei. Se tiverem lido tudo, são os meus heróis.

Beijos

8 Comments:

Blogger Unknown said...

Yupi ...
Depois da enfadonha leitura das tuas míseras 437675693284685 palavras encontrei um referencia a mim...
Viva eu !
Pois... ok, espera... isto não é sobre mim... é sobre nada... ok... sendo assim... talvez o melhor é passares-me os testículos de elefante africano com açafrão e salada...

11:28 PM  
Blogger sobre-nada said...

Já te disse que salada é para homens menos H. mas passo-te os testículos!!!

11:53 PM  
Anonymous Anonymous said...

Epa...logo hoje que sinto-me sem ponta de humor, sem nenhum dito espirituoso para te deixar... O que sentes já senti eu, já sentiu o outro. Verás, e tu já o reconheceste, que com o novo emprego vais no mínimo andar mais distraída. Portanto, não te maces, filha.

Quanto ao abraço, bem, eu hoje vou até ao LUX, dançar, e de permeio até te posso abraçar. Normalmente não cheiro mal, nem à velho sequer, apesar de ter 62 anos (capicua!).

absinto
bj

4:48 PM  
Blogger Jo said...

Se andares pelo Porto, abraço-te eu, fiquei cheia de vontade, palavra... Como diz o abs, o que sentes, já todos nós sentimos, mas como diz uma amiga minha, "pimenta no cú dos outros, para mim, é refresco...", por isso é na mesma tramado de sentir. Eu e a minha grande amiga M. temos uma associação (com 2 membros): Associação Nacional dos Dadores de Beijos e Abraços. Junta-te a nós e seremos muito/as. (risos)
Beijos solidários e já agora, um abraço, ainda que virtual!

7:23 PM  
Blogger Varanda said...

pode ter sido o pior, mas se calhar, daqui a uns tempos vais achar que foi o mais importante.


o que interessa é que as coisas aconteçam


Beijo

12:59 PM  
Blogger Mónica said...

criar anti-corpos não é combina com abraços :DDDDD

2:32 PM  
Blogger Masturbatrix said...

(Hj o dia é outro mas vou esquecer a data e reagir apenas ao que li.)

"eu sou eu e pronto." Pois és!

Alem de bonitinha, já deu para perceber que tens força mais que suficiente, não só para aguentares qq gajo a saltar-te para a espinha ou outro sitio qq, como tambem para conseguires agitares por dentro tudo o que lá tens, ou antes, responderes ás tuas vontades/impulsos/alegrias/sentimentos/objectivos/sacrificio - Isto penso que tens... agora o resto, os sonhos, é criado por ti e por tudo o que se move lá dentro - Não podes é parar! Se paras aquilo assenta lá no fundo e ficas assim:)

Deixa, vou estar atento, ao mais leve sinal de abrandamento venho cá e provoco um terramoto...lol
:)

Sorri miuda, quando existe caminho, avança-se!
Beijo!

(ihhh caralho, alonguei-me...)

1:46 PM  
Anonymous Anonymous said...

"Experiência é o nome que damos aos nossos próprios erros", disse outrora Oscar Wilde. Estamos sempre à espera de Godot, mas o facto é que enquanto esperamos nos construímos. À primeira pedrada caímos e choramos. À segunda caímos, mas as lágrimas já são em menor número. À terceira já não choramos e a partir da quarta já temos força para mandar a pedrada de volta e chamarmos "filho da puta" a quem no-la atirou. C'est la vie!
PS - essa de não teres ninguém de jeito na lista telefónica a modos que me ofendeu....
PS1 - ficas perdoada por teres dito que sou a tua heroína (não obstante ter sido de uma forma abstracta).
PS2 - Saltos para essas costas.

10:43 AM  

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