Monday, September 10, 2007

Pouco barulho.Ouço a vossa voz, rouca, histérica. Parem com os gritos e as ameaças. Já vou, tenho tempo. Todo este mistério... Já chega, não me obriguem a dizer mais uma vez que a vossa vez chegará, que dentro em breve podem tomar conta de mim, sugar-me até não haver mais, só uma sombra e um murmúrio, um olhar baço e disforme. Vou-me entregar, mas a seu tempo. Para já estou em fuga, desse lugar, ainda me resta um presente, ainda tenho força. Quando não tiver mais nada para dar… aí sim, entrego-me. Sei que estão à minha espera, cheios de barba, pouca inteligência e apinhados de instinto protector para eu aconchegar a cabeça quando já não pensar em nada, quando tiver desistido da plenitude, quando me apetecer dizer que não à solidão sozinha. Depois sim, vou para o ninho que me quiserem fazer, para a solidão em vossa companhia. Porque existem. Eu sei que existem.

5 Comments:

Blogger Varanda said...

provavelmente um dos melhores escritos que já li.

sei que te vou "roubar" a ideia. só ainda não sei como...


beijo

P.S. entretanto "vou ao psicólogo..."

11:49 PM  
Blogger manhã said...

Não vás, apesar de tudo, não vás...mas se fores leva um fuso, não foi assim que a bela adormeceu?

12:13 AM  
Anonymous Anonymous said...

Solidão por solidão, vale sempre mais a partilhada. Mas ele tem de ter muita barba? E se fôr do tipo bigodinho?;)

abssinto
bj

12:58 PM  
Blogger sobre-nada said...

Ahhhhhhh!
Lol

Já percebi!

Tou burra ;)

11:25 PM  
Blogger Jo said...

eles "andem" aí...
:P
beijos

2:48 PM  

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