Pouco barulho.Ouço a vossa voz, rouca, histérica. Parem com os gritos e as ameaças. Já vou, tenho tempo. Todo este mistério... Já chega, não me obriguem a dizer mais uma vez que a vossa vez chegará, que dentro em breve podem tomar conta de mim, sugar-me até não haver mais, só uma sombra e um murmúrio, um olhar baço e disforme. Vou-me entregar, mas a seu tempo. Para já estou em fuga, desse lugar, ainda me resta um presente, ainda tenho força. Quando não tiver mais nada para dar… aí sim, entrego-me. Sei que estão à minha espera, cheios de barba, pouca inteligência e apinhados de instinto protector para eu aconchegar a cabeça quando já não pensar em nada, quando tiver desistido da plenitude, quando me apetecer dizer que não à solidão sozinha. Depois sim, vou para o ninho que me quiserem fazer, para a solidão em vossa companhia. Porque existem. Eu sei que existem.
5 Comments:
provavelmente um dos melhores escritos que já li.
sei que te vou "roubar" a ideia. só ainda não sei como...
beijo
P.S. entretanto "vou ao psicólogo..."
Não vás, apesar de tudo, não vás...mas se fores leva um fuso, não foi assim que a bela adormeceu?
Solidão por solidão, vale sempre mais a partilhada. Mas ele tem de ter muita barba? E se fôr do tipo bigodinho?;)
abssinto
bj
Ahhhhhhh!
Lol
Já percebi!
Tou burra ;)
eles "andem" aí...
:P
beijos
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