Thursday, July 27, 2006

Colgate ou Pepsodente? Eis a questão...

Hoje olhei-me ao espelho e encontrei novamente a ruga da interrogação “Quando é que me vais entender?”, mas não sou a Alice e do outro lado do espelho não vem nenhuma resposta. Tenho que me contentar com a minha cara parva com pasta de dentes no nariz.

Wednesday, July 26, 2006

O que está dentro da mala do nada

Na mala do nada tenho sempre uma chave de parafusos, uma fita métrica de 5 metros, um livro para fazer peso, um diário onde já não escrevo, a carteira cheia de papéis e muita desorganização.
A chave do carro está sempre na mão, mesmo à mão de ser constantemente perdida.
Nas mamas vão os óculos que temporariamente viajam até ao nariz onde ficam equilibrados porque não tenho orelhas. Pelo menos é o que a minha mãe me diz – Filha, nunca ouves nada do que te digo!
Mas voltando à mala, porque neste momento é o que interessa, não fosse o título deste post “O que está dentro da mala do nada”. Na mala do nada vai sempre uma grande salgalhada, pedaços de pão para os pombos que vivem em frente a minha casa e fruta que às vezes fica em decomposição depois de uma longa espera para ser comida. E mais digo, é uma mala daquelas grandes de cor castanha e com bolsos que nunca uso porque me é mais cómodo atirar tudo lá para dentro.
Certo dia, estava eu a passear na rua e apareceram uns tipos de aspecto duvidoso atrás de mim. Assustada, não tive outra alternativa, atirei-me para dentro da mala e tentei controlar a respiração ai-ai-ai-que-estou-com-tanto-medo. Os rapazes, um deles com um aspecto afeminado, ficaram à minha procura. Segundo eles a rapariga de aspecto aluado e com muito mau gosto a vestir havia desaparecido misteriosamente e deixara para trás a mala da avô. Ufa, felizmente não olharam para dentro da minha mala senão tinham-me apanhado com vontade de abrir em grande pranto, baba, ranho, soluços e lágrimas. Felizmente também não me levaram, nem à mala. O rapaz efeminado ainda pensou nisso (eu sei porque estudei telepatia na Escola Superior de Educação extra-sensorial) mas desistiu da ideia porque levava uns sapatos de vela em azul escuro…
Assim que foram embora saí da mala com as costas um bocado doridas e com vontade de dizer às minhas amigas S. e M. para nunca mais maldizerem a minha mala. Acho que com estes argumentos as vou conseguir convencer a adoptar em vez daquelas malas minúsculas uma do tamanho da minha e de preferência uma até um bocadinho maior (evitavam ficar tão torcidas como eu fiquei…).

O que está dentro da vossa mala?

Saturday, July 22, 2006

O prédio do nada

Na barriga mora a Ansiedade. Um pouco mais acima, incomodado com tal vizinha, está o Coração. De vez em quando bate descompassado para mostrar o seu desagrado ao dono do condomínio.
Já se fez de tudo para mandar tal inquilina embora, mas é uma daquelas rendas antigas e não há maneira. Paga uma bagatela e está constantemente a provocar estragos. É uma Ansiedade gorda mas, apesar de tudo, ágil. Sobe e desce as escadas do corpo, sempre a pregar partidas a todos os outros moradores. As Mãos, que são duas gémeas siamesas assustadiças, assim que a adivinham chegar, começam a tremer. Os Pulmões, velhos camaradas e com traumas de outras guerras, encolhem-se de tal maneira que quase deixam de respirar. O Zelador do condomínio fica tão enervado com o rebuliço que abre demasiado as torneiras em algumas secções e fecha-as demais noutras, de tal forma que a Língua que mora na boca fica sem água e os Sovacos com uma inundação.
O Dono do condomínio não sabe muito bem o que fazer. Em tempos perdeu o Sentido, animal de estimação com um faro excepcional que sempre lhe indicava onde estavam os Objectivos e Sonhos, umas iguarias que lhe davam energia para resolver os problemas.
Meio desgovernado e com esperança de melhores dias, este condomínio vai tentando sobreviver a tal presença. Pode ser que um dia a Ansiedade se vá embora e novos inquilinos apareçam… Até porque não é um condomínio fechado e a administração não é elitista.

Monday, July 17, 2006

Eu já fui uma princesa

Disseram-me para deixar de estar triste...
Disseram-me para ser feliz...
Disseram-me para fazer as coisas que me deixam contente...
Disseram-me para não me preocupar tanto...
Disseram-me para sorrir mais...


Só não me explicaram como.

Nos meus dias de princesa era tudo muito mais fácil.

O amor

é sentimental

Tuesday, July 11, 2006

Hoje mimei-me!

Saturday, July 08, 2006

Depois de ter as tripas do lado de fora cheguei à conclusão de que ninguém é bonito por dentro.