Wednesday, October 24, 2007

Hoje sonhei que tinha muitas dívidas para pagar e não tinha como.

Apercebi-me que não estava a dormir (infelizmente).


Ahhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhhh

Não resolve mas alívia.
Atchim
Santinho

Friday, October 19, 2007

vummmmmmmmmmmmmmmm

É desta pá, é desta!! Vou fazer e acontecer, lançar o foguete, bater palmas, apanhar as canas. A vossa querida Sobre-nada vai deixar de ser urbano-depressiva e vai começar a ser uma... uma cena alegre, pimpona e saltitante.
Porque, porque, porque tenho um OBJECTIVO! Vou-me embora! Estou a planear ir embora! Mais uns mesitos na cidade dos doutores e vummmmmmmmmmm Barcelona. Era tão bom. Vai ser tão nice e ficholas e buéréré.
Depois começo a escrever si carinho bem e, e, e, e vai ser assim.

Wednesday, October 17, 2007

Sou curta e gira.

Sentada no meu BMW da Fiat pareço alta e gira.

Com estas olheiras fico curta e alucinada.

Apetecia-me um fino e tremoços.

Ainda são onze na manhã.

É capaz de ser cedo.

Estoy aborrida.

Queria dizer aborrecida em Espanhol.

Provavelmente escrevi um disparate qualquer.

E depois?

Monday, October 15, 2007

No meu tempo há uma sonolência disforme, as horas que passo a dormir alimentam-me a fome de sonhar ainda mais. Receio acordar e erguer-me, o bicho papão está escondido nas sombras da luz da tarde, só desaparece quando o sol se deita ou os meus olhos se fecham. O bicho papão tem os horários trocados, como eu.

Saturday, October 06, 2007

Laurindinha

Nos tempos que correm a Laurindinha
  1. só admitiria ser chamada de Drª Laurinda
  2. não ía à janela, mas sim ao video porteiro
  3. o amor passava a ser chamado de amigo colorido (ela não gosta de assumir compromissos)
  4. ai, ai, ai, era substituído por ui, oh, si, carinho
  5. ia ela à guerra para subir na carreira

Ó Drª Laurinda

Vem ao video porteiro

Ver o teu amigo colorido

Manda-o subir

Ai, ui, oh, si carinho

tu gostas tanto (*2)

Vais para a guerra

tratar da carreira

Vais para a guerra

tratar da carreira

ih ih passei-me

Música

Desvendar é tirar a venda que tapa os olhos. Arranco as pestanas uma a uma, a luz penetra com violência a íris, agrafo as pálpebras e fixo o olhar no sol. Sim, há dor. As lágrimas transparentes são rapidamente substituídas por sangue. Tudo escurece, não porque o dia terminou mas porque a córnea sucumbe.
Declaro guerra à estupidificação dos sentidos e tal máquina sobre-humana tacteio as paredes da casa à procura de estímulos. A carícia da parede, a carícia da madeira, a carícia do chão, a carícia da escova de cabelo, a carícia do vidro. Dispo o meu corpo e rebolo-me incessantemente na tijoleira fria, raspo os meus mamilos no tapete, esfrego com as mãos o centro do meu corpo, quente. Ouço-me gritar de desespero e prazer, sinto pela primeira vez as cordas vocais a vibrar, arrepio-me.
Está tudo escrito em braille. O meu hálito é uma sinfonia, a minha pele cheira a sons e silêncios. Marinheira, astronauta, cientista, bailarina, pessoa, lagarto, pedra, ser, não ser, livro, mão, fumo.
Pairam conceitos no ar, acerto-lhes em cheio com a minha fisga. Tombam e piso-os altiva com os pés descalços.

Friday, October 05, 2007

Ama-me, mama-me, arranha-me, entranha-me.
Sente-me, ausente, cheia de manha.
Controla-me, larga-me, prende-me, vende-me.
Sou tua, sou minha, sem rosto aparente.
Não tenho dono, não sei o meu nome.
Chama-me puta, rameira, traiçoeira.
Diz que me odeias, faz-me rasteiras.

Wednesday, October 03, 2007

Sei que dizer que escrevo do coração é cliché, por isso, hoje, escrevo do fundo do ésofago. Não quero ser repetitiva, apesar de saber que o meu umbigo está muito patente neste cantinto nos confins do global. Muitas vezes me pergunto sobre o rumo de isto. Muitas vezes me pergunto do rumo de tudo.
É curioso como o estado de espírito varia, tenho vinte e seis anos, hoje deram-me dezoito e fiquei contente e aborrecida, sim, aborrecida é uma boa palavra, porque ia em trabalho. Não sou ambiciosa no sentido translato (adoro esta palavra), mas sou exigente, vejo-me a fazer um quíz sobre vidas e sinto-me uma desilusão. Detesto perder, mas não tenho a convicção dos vencedores, sou fraca.
Introspecção controlada, é lixado, sei o que devia mudar, mas não consigo, deixo-me ficar mal e fico a tresandar de pena por não ser capaz de me retocar, polir, mantenho a pilha de roupa sobre a cadeira e acordo tarde para ir para o emprego, bloqueio, faltam-me competências, tenho preguiça de as arranjar e não tenho 1,50€ para as ir comprar aos chineses.
O meu esófago diz-me que bebo demais. Eu digo ao meu esófago para ter paciência... é só até ter as minhas coisas mais organizadas. O meu esófago diz-me que as promessas são levadas pelo vento.
Para já não tenho celulite no rabo, nem pneus na barriga, acho que não tenho nenhuma doença com nomes difíceis de pronunciar.
Por outro lado também nunca experimentei drogas estranhas nem participei em swings nem orgias, não conheço o "mundo", desconheço o subsolo e o brilho dos diamantes.
Porra, é difícil, tenho num lado o desejo de controlar os câmbios e variantes da minha modesta vivência e por outro a fome avassaladora de experimentar tudo, quero experimentar o dito cujo infinito, ainda que saiba que o infinito é muuuuito limitado.

E chega, ou acabo por dizer por dizer quanto calço!