Tuesday, July 31, 2007

menino bem educado

Fui tomar a minha dose dupla de cafeína matutina e um menino- homem tenta vender-me um isqueiro. Não aceitei, até porque como os roubo a toda a gente tenho uma colecção invejável espalhada pela casa, carteira e carro. Baixinho diz-me o menino: dá-me um bolo. Passou-me a mão no braço de menino bem educado e eu não consegui resistir. Dei-lhe um bolo e um sumo, quase dei um soco no homem do café quando ele lhe disse: não me diga que o vai comer aqui. Levantei-me e disse ao menino, senta-te que o homem do café vem-te servir à mesa. E foi.

Monday, July 30, 2007

Vou continuar a fingir
continuar a brincar de mim

Saturday, July 28, 2007

Poço

Quando se olha do fundo do poço para cima, não se vê nada e temos água pelo pescoço, provavelmente estamos numa situação pouco confortável. Telemóvel molhado, voz afónica do frio, sede saciada. Já se chegou à conclusão de que ninguém nos pode tirar de lá, de nada adianta esperar, gritar ou rezar. Só há uma saída possível, a que sobe e as tuas mãos de dedos encarquilhados, não ter medo de voltar a cair, e começar a escalada. Não tens nada a perder, tentar ou ficar a murchar lá dentro até te afogares com as lágrimas que acrecentas à água.Depois devemos somar a urgência de sair dali, o mundo continua e se demorares muito ocupam-te a casa e as tuas fotografias desboatam até ninguém mais se lembrar de ti. Se já passou muito tempo tens que sair do poço e assim que o sol te secar deves ocupar no exterior um lugar maior do que ocupavas anteriormente, batalhar como um samurai, com dignidade, é certo, mas fazendo diariamente excercícios essencias para ficares em forma e com força para a luta.
Saíste do poço, viste o sol, a tua imagem começa a ficar mais definida nas fotografias e o teu reflexo no espelho mais nítido. De que esperas?

Thursday, July 26, 2007

Socorro!

Estou-me a tranformar numa gaja! Lavei roupa delicada à mão (aquela que eu sempre coloquei na máquina), fui limpar cenas a seco, ando toda piripipi com a casa. Bolas, vê-se mesmo que ando a inventar coisas para fazer. Preciso de muito trabalho depressa!!! depressa!!!!!! já!!! Não tarda nada vou ver montras, blag...

Wednesday, July 25, 2007

Estou farrrrrta

destas tretas, do amor, destas coisas do querido e da querida.

de hoje em diante jurarei profunda fidelidade ao meu querido vibrador e a todos os outros que se seguirem. Prometo solenemente ter sempre as pilhas carregadas até comprar um que se carregue como os telemóveis. Estou farta de homens, de mulheres, vou ser uma pessoa totalmente independente e auto-suficiente. O sonho de qualquer Homem mas sem macho nem fêmea. Tenho dito.

Tão querido este teste, e que bem que faz ao ego!!





Faça você também Que
gênio-louco é você?
Uma criação de O Mundo Insano da Abyssinia





P.S. Roubei-o à Mariazinha

Tuesday, July 24, 2007

Estou a preparar uma vida nova, queixei-me tanto da antiga que não faz sentido continuar com ela. Vou colocá-la na reciclagem, só não sei ainda em que espaço do eco ponto. Estou cansada de me sentir infeliz e hoje, sim, num programa pavoroso da SIC, inspirei-me naquelas histórias dramáticas que ficam entre as rábulas sem piada e os telefonemas das donas de casa. Vou sair do triângulo das bermudas, inspirar-me no mar e dizer olá e sorrir aos desconhecidos, meter conversa com os estranhos e conversar com os pescadores. Vou-me lançar ao mar e deixar que ele me lave as entranhas e leve tudo o que é acessório. Quero e vou abrir-me para as coisas boas da vida,
O tempo está estranho, estou olhar para ele pela janela e sinceramente qualquer coisa errada se passa. Não me cumprimentou, não fez a dança do bom dia maria, nem me desafiou para ir para a rua brincar com ele. Hum, vou ter que averiguar, perguntar à minha vizinha se sabe de alguma coisa ou então ao carteiro que custuma passar mais tempo com ele nas suas rondas pela aldeia. Mas primeiro vou vestir o meu vestido colorido e pôr na cabeça o laço cor-de-rosa, se ele me vir assim tão bem vestida vai ficar curioso e de certeza que me vai perguntar onde vou assim tão catita. Espero que o faça, porque se não o fizer é porque está chateado comigo. Ontem tivemos uma longa conversa, eu fiquei com sono e disse-lhe que tinha que ir dormir. Será isso? Talvez tivesse alguma coisa importante para me contar ou não queria ficar sozinho e eu... Bolas, tenho mesmo que ir esclarecer a situação, dizer-lhe que gosto muito dele e pedir-lhe desculpa por não ter percebido.

Monday, July 23, 2007

Conta

Conto este conto a contar as contas do meu colar. Uma conta, outra conta, um desejo, uma Avé Maria, outra conta, um suspiro, um novo dia, uma pessoa que passa a fazer de conta, um sonho, outra conta, o ínicio de uma nova semana, um bicho da conta, o conde de contar da minha infância, o colar de contas partido, a contagem das contas, perdi muitas.

Saturday, July 21, 2007

Alice e Roberto

Alice está na cama bem acompanhada, hoje a liberdade é total, fuma cigarros e bebe cerveja na cama... Nascemos na cama, quase todos, morremos na cama, quase todos, curamos as doenças na cama... A cama de Alice ainda cheira ao Roberto. Porque não aí, no conforto do seu cheiro agarrar a força para o chorar. No meio do fumo do cigarro, do incenso, dos cheiros juntar as lágrimas, a humidade, o odor da tristeza de deixar alguém partir, alguém que se ama.
Ela percebeu que tentar agarrar uma alma errante é impossível, não se muda ninguém, ninguém nos muda. Se em gestos mudos tentámos aproximar a alma a essa alma a dor cresce, porque os olhos cobertos de amor transmitem um silêncio maior, criam uma capa gigantesca quase capaz de enganar...
Alice e o espelho tapado, Alice e a solidão, Alice e tudo aquilo que perdeu. Criou a ilusão que o amor supera, que o amor transforma, que o amor abria a Porta. A Porta estava sempre como no início, entreaberta e depois de dez anos continuava assim. Quando era esguia conseguia ir entrando e ir saindo. Depois engordou um pouco e tornou-se cada vez mais difícil. Roberto não a entendia, pensava que era suficiente, mas Alice estava mais gorda. Alice estava mais gorda e com feridas de tanto raspar a barriga na porta entreaberta.
Apetece-lhe ir atrás no tempo e fazer de conta que a conversa que a atirou para a cama não existiu. Até podia não existir, mas a alma errante e a alma penada que não abandona a casa assombrada pelas ideias de um amor que fica mais do que regressa, ia continuar a pairar.
Roberto é um daqueles homens cheios de charme, inteligente e bem falante, com muitos amigos, que cheira sempre bem, mesmo quando está suado, que ri alto das piadas e que sabe viver. Alice é uma mulher aparentemente extrovertida, obcecada com o trabalho ou com a falta dele e que há muito tempo não sabe como apreciar a vida nem rir das coisas com piada. Ele desprendido e ela absolutamente presa à forma como há-de sobreviver no mês seguinte. Ele protegido como todas as pessoas deviam ser e ela a auto-proteger-se. Ele não dá erros ortográficos, ela não sabe se os dá.
Ele chorou, ela chorou.
Ele vai chorar um mês e três dias, Alice vai deixar de acredita no amor.

Friday, July 20, 2007

Peço-me descula

... motivos pessoais, devem sempre dizer respeito à pessoa, neste caso, a minha pessoa. Pensei que eram os meus motivos, eram extra- a minha pessoa. Uma espécie de censura envergonhada dos meus nadas. Pedi educadamente que se esquecessem dos caminhos que indiquei para este espaço público, não sei se a censura vai aceder, espero que sim.
Por isso, peço-me desculpa, por me te enganado nos motivos. É como deixar de fumar, nunca se deixa de fumar porque alguém diz, era melhor não fumares. Deixamos de fumar porque o homem de bata branca nos diz que só temos dois dias de vida se continuarmos a fumar, é a única opinião que aceitamos de um outro ou outros, se for uma equipa especializada no assunto. Também podemos deixar de fumar caso estejamos fartos do hálito a cavalo com que acordámos de manhã, caso contrário a única acção que tomámos é ir lavar a dentuça antes que o nosso companheiro de cama acorde para pudermos ouvir um, chega-te aqui e beija-me como se não fosse de manhã.
Escrevo isto de cigarro na boca e sabe-me bem. Pedi agora o meu segundo café, adooro tomar dois cafés seguidos de manhã. Adoro escrever este blog público, só tenho pena que eu não seja para toda a gente um aglomerado de letras anónimas, precipitei-me. É como na vida, tomámos opções erradas e depois temos que aguentar as consequências, mas contínuamos a viver, por isso não o vou matar, ao Sobre-o-nada.
Estou aqui novamente pelas razões porque sempre estive, não para acrescentar nada ao mundo (o mundo tem opiniões bem mais válidas e intruídas sobre o que se passa) mas porque existo.
Tinha saudades...