um pedaço

Nick Cave & P.J Harvey -Henry Lee

Antony And The Johnsons - Hope Theres Someone

Ui ca bom

Abres-me as pernas, tento relaxar para conseguir sentir sem pressas a tua húmida, quente e incansável língua. Puxo-te o cabelo para domar a velocidade, temos tempo hoje. Tento não pensar em nada, apenas o corpo interessa, as tuas mãos… Venho-me e liberto a repressão dos dias, fico mais excitada e mais apta para o prazer. Atiro-me para cima de ti e procuro-te, quero que me olhes nos olhos enquanto vagarosamente começas a fazer parte de mim. Controlo os movimentos enquanto tu tentas libertar as mãos para me tocares, …

… continua…

É

Como num conto de fadas, fecho os olhos e deixo a música entrar, danço. Já falta pouco para me sentar e olhar para trás, recomeçar do meio, girar sobre o pé direito e ligar o despertador. Era uma vez um palácio só com um humano e dois seres peludos, mais um (ser peludo)ocasionalmente. Era uma vez, finalmente, a solidão sem companhia. Gosto tanto de viver sozinha, não ter ninguém que me espere para jantar, gosto tanto de passear nua na casa, de esquecer a roupa interior no chão do quarto. Está quase!

Cuaralho

uma gaja já não pode beber um copito que aparecem logo os bófias a dizer: Ó menina, sopre aqui. Cuaralho! Saí do carro a fazer as contas à vida, mando um soprito e o gajo diz-me: ó menina... Ui, penso eu, ai sinhor, digo-lhe: O quê? ahahahaha, num acredito.
Pimba: 500€
Uma da matina, num sítio feio como o cuaralho e dizem-me: o carro fica aqui. E... e... e... como é que eu vou para casa Sr. Guuuuarda! AH? Ele diz-me que num sabe, eu digo-lhe: hummmm (penso para dentro: 500€ dá no mínimo para uma bebida, ui, quero dizer/pensar boleia). Meto o meu ar de donzela que nunca tinha bebido um copo na vida, faço o meu ar desamparado de ai que medo e vou escoltada para casa, ao lado de um gajo que ia para a cadeia.

É fodido.

Pronto já passou

já levo na algibeira algum conforto, misturado com moedas, nunca com notas, que as notas são para quem sabe cantar. Já perdi a raiva, a raiva é para quem morde e não para quem beija e tem vontade de ser abraçado.

Perco-me, lá longe, na distância e quando me encontro nunca sou a mesma, os meus ombros estão mais erguidos, estou mais dura, mas as lágrimas, essas sabem sempre ao mesmo. Sabem-me a mim, a salgado do mar revoltado pela falta de acalmia.

Por agora chega, mas nunca para. Paciência.

A minha irmã está doente. Venho de uma família autista.
Ninguém me disse nada. A minha família é uma merda.
Ela é tudo o que eu tenho. Apetecia-me partir-lhes os cornos.
Tudo o que faço (ou tento fazer porque estou sempre ao ponto de ir à falência) é para um dia a ter comigo. São as pessoas mais broncas que eu conheço.
A minha irmã merece tudo, TUDO. Eles não sabem o que é violência psicológica, cabrões.

O mesmo de sempre

Não me apetecia nada estar com o humor com que estou hoje, queria um novo, bem parecido, alto e charmoso. Em vez disso, estou com este antigo, esburacado e cansado de tanto uso. Já ouvi falar em sorte, mas ultimamente, por estas paragens só tem estado estacionado o mau-agoiro, e que feio que ele é. Não vale a pena estar com coisas, grandes planos, projectos e antecipações, porque todos vêm sempre à hora que querem, trabalham sem horário e rejeitam a pressão, andam pelo caminho toc, toc, toc, no seu próprio passo num compasso que a mim me enlouquece. Como não posso fazer nada e o que está feito feito está, vou é beberricar um cházinho de camomila para ver se acalmo os nervos.

Manifesto Anti- Dia da Mulher

Meus caros e minhas caras


que palhaçada


Dia da Mulher


Buuuu



MACHISTAS!!!!!

(só porque ele odeia)

Um grande beijo para o F., o hipocondríaco mais tolo do mundo.

Está a chover a potes, carago

Enganei a chuva com os meus saltinhos de pulga. Ela vinha e eu pumba, dava um saltito para o sítio onde outra descansava antes de pingar.

E foi assim que cheguei aqui, só com a sola dos sapatos molhados.


P.S. Não quis foi deixar de partilhar com os meus amigos que se esqueceram do guarda-chuva esta técnica infalível

La valse D'Amélie - Yann Tiersen

Sorte

Um ano de blog!

O meu blog está quase a fazer um ano. Estive a reler-me e a maior parte das vezes é demasiado auto-biográfico. Desde que aprendi a escrever que tenho um diário por ano, continuo a escrever no meu diário de papel e inevitavelmente este meu pedaço de espaço no espaço acaba por ser um prolongamento. É muito importante para mim, ainda que não publique com frequência. Penso no meu blog, gosto do meu blog e desde o momento que coloquei o contador que me surpreendo com a quantidade de pessoas que passam por aqui. Acho que me surpreendia igualmente se fossem só dez, é o meu universo pequenino…

As coisas deste lado, no último ano não têm sido nada fáceis, cresci muito em pouco tempo, tenho muita responsabilidade nas costas e ando a ver se aprendo como se vive no mundo dos negócios, a brincar às empresas e a ter muitas dores de cabeça com contas para pagar. Mas também foi o ano em que descobri o que o meu eu profissional quer fazer, descobri a minha vocação, descobri que sei fazer uma coisa melhor do que faço as outras e isso foi um grande passo.

Mas voltando ao meu blog: tem sido um prazer muito grande, é um passatempo que me descontrai, passear nos vossos sítios, sentir empatia com alguns espaços e conseguir perceber que essas pessoas sem rosto também são humanas e pressentir-lhes os estados de espírito pelo que escrevem. Os meu amigos imaginários…

Ás vezes chego a um ponto em que penso que o meu blog devia ser só ficção, mas não consigo. Outras vezes queria torná-lo mais pessoal, mas não consigo nem posso. Muitas pessoas sabem quem sou. Cheguei a um ponto em que queria mudar o meu nome e começar de novo, mas o Sobre-o-nada é uma casa, não me posso mudar…

Obrigada a todos os que me visitam, não gosto de uma casa demasiado cheia, assim é perfeito!