"O nosso querido Mário. Não estou convencida de que no final da sua vida ele gostasse muito de ti. Durante a agonia perguntou por ti. Isto é certo, foste bem informada. Mas devo dizer-te que, ao perguntar por ti, te confundiu com uma batata cozida. Já vês, os homens são assim, é assim que recordam as velhas amantes, as canastronas que os acossaram noutra época, é assim que as recordam quando estão às portas da morte, quer dizer, na hora da verdade. Porque não sei se sabes que a morte é a vedade do amor, do mesmo modo que o amor é a verdade da morte."

Do conto "Uma invenção muito prática" do livro "Suicídios exemplares" de Vila- Matas

Talvez seja da droga:

sinto-me calma, bem-disposta, com esperança no futuro
(o caos na minha vida é o mesmo, as mesmas contas, a mesma desorganização)
mas estou focada e centrada.





É mesmo da droga.................................................
..................................mas não fal mal ;)

Há coisas engraçadas, quando menos se espera trocamos tudo e sem querer nasce uma coisa bonita. Ser trapalhona também tem vantagens!! Iéééééééé ;)

Estou farta de gajas púbicas. Pim

Estou farta de gajas púbicas. Pim

Adoooro! Divirtam-se!

Sou uma gata solitária..

...

?

...

mas com muito MIAuuuuuuuuuuuuu

Razões para estar calada

1º Falo demais
2º Não sei o que digo
3ºA minha voz é parecida com um violino (mal tocado)
4º ...

Homenagem à Dona Patrícia

Perdida na avenida, com um mapa em cada canto por onde passava, estava a Dona Patrícia. Não via nada bem com os olhos semi-cerrados, mas preferia não os abrir, dizia que o dia desfocado tinha muito mais mistério. Foi andando pela rua anónima com caras que nunca tinha visto antes até chegar a uma rotunda, indecisa, passou o dia às voltas. Ao anoitecer desistiu e auto-declarou-se monumento. Passou o resto da sua vida no centro da rotunda de olhos arregalados.

Diz-se que finalmente encontrou a luz, diz-se que aprendeu a amar, diz-se que nem mesmo a caca de pombos a incomoda, diz-se que ela disse que é feliz.

Estava na rua e não sei quê

Há situações dolorosas em que a dor não é nada comparada com o embaraçoso da questão. Hoje caí no meio da rua, foi giro, foi muito giro, foi hilariante quando o semáforo abriu e os carros continuaram parados, não por pensarem: é pá, não vamos atropelar a gaja, mas porque pura e simplesmente não conseguiam parar de rir.

Não foi mau de todo, consegui danificar apenas ligeiramente o dedo mindinho da mão direita e fiquei com mais uma história para contar.

Mudando de assunto:



Click!

Pintar paredes

splash
parede sim, parede não
splash
pintar (mais) paredes
o dedo, a mão inteira, o chão,
o cabelo, a roupa, a ponta do nariz,
e só não foi mais nada por um triz.

Deixa

cair ao chão

se partir

nos pedaços de terra

infértil

chora

cat power - cross bones style

NUNCA MAIS!!!

Num deixo mais ninguém me espetar ninhuma seringa, tou com o braço tooodo fooodido, auch

... não fiz nada ao rabo. no way!!!

Números (os livros que li, é de mau tom quantificar literatura, mas não importa)

2005- 55
2006- 2
2007- 1,5




P.S. Em 2006 não consegui ler, de certa forma transformei-me numa leitora do Não. Não me consegui concentrar, não me perdi nas palavras, recusei a fuga e encontrei-me só. Sentia-me o Artista da Fome de Kafka, que jejuava porque nunca tinha encontrado nada que lhe apetece comer. Comecei bem este ano, com Vila-Matas voltou a fome e posso até dizer que sinto um apetite descontrolado. Apetece-me Gombrowicz, Rimbaud, , Goethe, mham, mhan, ;)

A literatura do Não--- I

"Todos conhecemos os bartlebys, esses seres nos quais habita uma profunda negação do mundo. Tomam o seu nome do escrevente Bartleby, esse empregado de escritório que nunca foi visto a ler, nem sequer um jornal; (...) que nunca foi a parte nenhuma, pois vive no escritório, inclusivamente aos domingos;" e que responde sempre a algum pedido ou pergunta com um "-Preferia não o fazer."


Enrique Vila-Matas

pois:

A cadeira é a mãe do descanso, o sofá, o pai da preguiça, a cama, a tia da lúxuria e o puff é o anti-cristo da bebedeira.

Com pozinhos de perlim-pim-pim vamos todos ficar assim


;)

Começou um ano novo e eu continuo com a má disposição de sempre.

Sempre que me peso na balança da casa-de banho lembro-me que tenho o estranho hábito de me consumir. Uma preocupação equivale a meio quilo, stress, outro meio, contas a pagar, de quilo a quilo e meio e desgostos de amor, nove quilos.
A balança de 2006 diz-me que emagreci 8 quilos e engordei dois, foi um ano especialmente terrível. 2007 aparentemente vai pelo mesmo caminho, portanto é preferível atirar a balança da janela e pôr os espelhos ao contrário.

A forma como passo o ano costuma ser o barómetro que uso para fazer uma previsão patega do que o futuro me reserva… hum… não vai ser bonito. Passei-a no sítio certo com as pessoas erradas, com a bebida certa nas quantidades erradas, com sentimentos à flor da pele mas definitivamente os errados. O ano ainda é tão pequenino e já fiz coisas das quais me arrependo profundamente, já chorei dez vezes e senti intensamente coisas que não queria ter sentido, já trabalhei para nada, já adiei compromissos, já fiz escolhas erradas. Queria fechar para balanço mas tenho medo de cair com a oscilação.

Espero sinceramente que o vosso ano esteja cheio de promessas, de ilusões, de vontades, de sonhos a realizar e que consigam tornar realidade pelo menos três dos desejos que pediram enquanto tentavam engolir à pressa as passas.

beijos e saltos para as costas!